Biomédica de Campinas viaja aos EUA para doar rim a amigo que conheceu pela internet: 'Me tornei mais humana'

  • 27/09/2025
(Foto: Reprodução)
Brasileira viaja até os EUA e doa rim para amigo virtual A biomédica Sandra Martins, moradora de Campinas (SP), decidiu doar um rim após se sensibilizar com a história de Rafael Paulino, um amigo que conheceu em 2019 pela internet, em um aplicativo de conversação com estrangeiros. Ela queria melhorar o inglês, e Rafael, que vive em Nova Jersey, nos Estados Unidos, estava aprendendo português. Em 2021, Rafael foi diagnosticado com GESF (Glomeruloesclerose Segmentar e Focal), doença que afeta os rins e pode levar à falência renal. Após quatro anos convivendo com a condição, ele já estava no estágio final da doença e relatava sentir-se "extremamente fraco e cansado o tempo inteiro". "Eu nunca conheci alguém que tivesse doado um órgão. E não sei explicar o que faz uma pessoa que não conhece a outra pessoalmente resolver doar um órgão. Mas eu me coloquei no lugar do Rafael. Se fosse alguém da minha família, se fosse um filho meu, como que eu agiria? Eu gostaria que alguém fizesse isso por mim?", conta Sandra. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Da amizade virtual à cirurgia Biomédica de Campinas (SP) foi para Nova Jersey, nos Estados Unidos, para doar rim a amigo virtual. Arquivo pessoal Por mensagem de texto, Rafael contou que, ao descobrir que a amiga estava interessada em se tornar doadora, ficou surpreso e "feliz por saber que ainda existem pessoas com boas intenções neste mundo". A decisão foi comunicada por telefone. Ela enviou uma mensagem pedindo que Rafael a ligasse assim que possível. "Ele ficou um pouco calado e depois disse: 'Você quer fazer o teste?'. Eu disse sim. Ele me disse depois que demorou alguns dias pra encaixar essa ideia na cabeça dele. Ele simplesmente ficou pensando: 'Como uma pessoa que eu conheci pelo chat pode fazer algo assim?'", relembra Sandra. Teste de compatibilidade e viagem aos EUA Em janeiro de 2025, ela viajou aos Estados Unidos para realizar o teste de histocompatibilidade — que verifica a compatibilidade entre células, necessário para transplantes — e voltou ao Brasil após dez dias. O exame só poderia ser feito no país onde o procedimento seria realizado. Sandra só soube do resultado da compatibilidade em fevereiro, já de volta ao Brasil. "Na minha cabeça não existia um 'não' como resposta. Mas quando chegou o e-mail dizendo que eu era compatível, eu chorei de alegria", conta. Em maio, ela retornou aos Estados Unidos e ficou 45 dias em Nova Jersey para realizar a cirurgia. "Foi bem impactante sair do Brasil e doar um órgão para uma pessoa que eu conheci pela internet. Por mais que fosse algo que viesse do meu coração, também tinha questionamentos. Vou fazer isso, mas quem me resguarda?", diz Sandra. Biomédica de Campinas (SP) foi para Nova Jersey, nos Estados Unidos, para doar rim a amigo virtual. Arquivo pessoal Legislação sobre transplantes internacionais Antes da viagem, Sandra buscou entender os requisitos legais para realizar um transplante fora do Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a legislação brasileira não se aplica a brasileiros que realizam o procedimento em outro país. Nos Estados Unidos, mais especificamente em Nova York, qualquer pessoa com 16 anos ou mais pode doar para desconhecidos, familiares ou amigos. Já no Brasil, a doação de órgãos para estrangeiros não residentes só é permitida se o doador for cônjuge ou parente consanguíneo até o quarto grau. Sandra teve todo o suporte de Rafael e sua família, que custearam as passagens aéreas e as despesas hospitalares por meio do plano de saúde dele. Ela também foi acolhida na casa da família. "A família dele me tem como uma filha. Sinto que a doação que fiz fortaleceu muito nossos vínculos. Hoje eu tenho amizade com os pais dele, com a irmã, com o irmão, com todo mundo", conta Sandra. 'Ganhei uma nova vida' Após a cirurgia, Sandra se recuperou com o apoio da família de Rafael e voltou ao Brasil com uma nova perspectiva sobre a doação de órgãos. Atualmente, a biomédica está escrevendo um livro sobre a experiência nos Estados Unidos, com o objetivo de ampliar o debate sobre a importância da doação de órgãos. "Doar um órgão não é perder uma vida, é ganhar outra vida. Você fazer uma ação dessa, você vai tirar uma pessoa da fila do transplante, vai tirar uma pessoa da hemodiálise, né?", ressalta. Para Sandra, a possibilidade de ser doadora se tornou uma lição para ela e para os filhos. "Eu acho que eu me tornei mais humana nesse sentido. Hoje eu trouxe uma lição pros meus filhos que doar, não só doar um órgão, mas doar o seu tempo, às vezes uma atitude que vai beneficiar outra pessoa, faz muito bem pra gente, que se sente útil e ajuda o outro", comenta. Biomédica de Campinas (SP) foi para Nova Jersey, nos Estados Unidos, para doar rim a amigo virtual. Arquivo pessoal VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/09/27/biomedica-de-campinas-viaja-aos-eua-para-doar-rim-a-amigo-que-conheceu-pela-internet-me-tornei-mais-humana.ghtml


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