Sabiá: o que se sabe sobre único vírus brasileiro de risco biológico máximo três décadas após 1º caso

  • 21/09/2025
(Foto: Reprodução)
Do Ebola ao Sabiá: pesquisadora brasileira é treinada nos EUA para lidar com vírus letais Três décadas após o primeiro caso, o vírus Sabiá ainda intriga a comunidade científica. Identificado pela primeira vez em Cotia (SP), ele é o único patógeno brasileiro classificado no nível máximo de risco biológico, a classe 4, que inclui agentes como o Ebola. 🔎 A classe 4 de risco biológico é o nível mais alto de biossegurança. Abrange agentes capazes de causar doenças graves e fatais, sem tratamento ou vacina disponíveis. Por isso, só podem ser manipulados em laboratórios com estruturas controladas, barreiras físicas e protocolos rígidos. Para estudar vírus na classe 4, pesquisadores passam por um treinamento que, nos Estados Unidos, envolve até a investigação do FBI sobre a vida deles. Jacqueline Shimizu, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), passou pelo processo - entenda aqui. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Abaixo, confira o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre a infecção: Qual a origem do vírus? Onde surgiram os primeiros casos? Como ocorre a transmissão? Quais são os sintomas? Existe tratamento ou vacina? Por que é considerado tão perigoso? Quais são os avanços mais recentes da ciência? 1. Qual é a origem do vírus? O vírus foi batizado em referência ao bairro Sabiá, em Cotia (SP), onde ocorreu o primeiro caso. Ele pertence ao gênero Mammarenavirus, que inclui outros arenavírus responsáveis pela febre hemorrágica viral em humanos: Vírus Junin (na Argentina); Vírus Machupo e Chapare (na Bolívia); Vírus Guanarito (na Venezuela). 2. Onde surgiram os primeiros casos? O primeiro caso ocorreu nos anos 1990, em Cotia (SP), em uma engenheira agrônoma de 25 anos que morreu após a infecção. Outros três episódios foram registrados: um técnico de laboratório de 39 anos, infectado ao manipular amostras da primeira paciente, mas que se recuperou; um virologista nos Estados Unidos, provavelmente durante pesquisa, também curado; um operador de máquina de café, de 32 anos, em Espírito Santo do Pinhal (SP), em 1999. O caso evoluiu para óbito. 3. Como ocorre a transmissão? Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), a transmissão da febre hemorrágica brasileira acontece pela inalação de partículas de urina, fezes ou saliva de roedores infectados. Não se sabe qual é a espécie transmissora da doença no Brasil, mas os hospedeiros dos vírus são roedores silvestres, ou seja, que vivem em ambiente de mata e com alta densidade de vegetação. Transmissão da febre hemorrágica brasileira acontece pela inalação de partículas de urina, fezes ou saliva de roedores infectados Getty Images via BBC 4. Quais são os sintomas? Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a febre hemorrágica brasileira tem um período de incubação considerado longo, de entre uma semana e mais de um mês. Os principais sintomas são: febre mal-estar dores musculares manchas vermelhas no corpo dor de garganta dor de estômago e atrás dos olhos dor de cabeça tonturas sensibilidade à luz constipação sangramento de mucosas (boca e nariz, por exemplo) “Conforme o quadro evolui, há risco de comprometimentos neurológico (sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão) e hepático (hepatite)”, destacou, em nota. 5. Existe tratamento ou vacina? Não existe terapia específica ou vacina. O tratamento é feito de acordo com os sintomas dos pacientes. 6. Por que é considerado tão perigoso? O Sabiá integra a classe 4 de risco biológico (NB4), a mais alta, devido à alta letalidade e ausência de medidas eficazes de cura. Ele está na mesma categoria de vírus como Ebola e o Marburg. 7. Quais são os avanços mais recentes da ciência? Uma pesquisadora brasileira passou por treinamentos internacionais para estudar o vírus em condições seguras. A analista de desenvolvimento tecnológico Jacqueline Farinha Shimizu concluiu um treinamento NB4 na University of Texas Medical Branch (EUA), onde manipulou o vírus Sabiá. Além disso, está em construção, em Campinas (SP), o projeto Orion, primeiro complexo de laboratórios NB4 da América Latina. Ele permitirá que o Sabiá e outros patógenos sejam estudados no Brasil, em condições de segurança, sem depender exclusivamente de parcerias internacionais. Em construção no campus do CNPEM, o maior investimento nacional em ciência na história do Brasil, o laboratório terá 29 mil metros quadrados e deve ser inaugurado em 2027. O custo estimado da obra é de R$ 1,5 bilhão. Perspectiva artística do Orion, complexo laboratorial de máxima contenção biológica que será construído no CNPEM, em Campinas (SP), como parte do novo PAC do governo federal Reprodução/CNPEM *Estagiária sob supervisão de Gabriella Ramos. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/09/21/sabia-o-que-se-sabe-sobre-unico-virus-brasileiro-de-risco-biologico-maximo-tres-decadas-apos-1o-caso.ghtml


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