Saúde mental na periferia: estudo inédito mapeia entidades, ações e impactos em jovens de Campinas

  • 26/09/2025
(Foto: Reprodução)
Região do Parque Oziel, em Campinas Reprodução/EPTV Um estudo inédito divulgado nesta sexta-feira (26) mapeou 33 organizações e como elas atuam no cuidado com a saúde mental de ao menos 2,2 mil jovens na periferia de Campinas (SP). O trabalho revela que, nesses territórios, as atividades em grupo e de cultura estão entre as que mais impactam na melhora do bem-estar emocional e no senso de comunidade de moradores entre de 12 a 29 anos. A pesquisa "Mapamentes das Juventudes" foi elaborada pelo Departamento de Demografia da Unicamp em parceria com a Fundação Feac e a associação Minha Campinas. De acordo com organizadores, a expectativa é que ela ajude na tomada de decisões do poder público, evidenciando a importância do cuidado multidisciplinar nas regiões mais vulneráveis da metrópole. 📱 Baixe o app do g1 para ver notícias da região em tempo real e de graça "A saúde mental da população é profundamente influenciada pelo contexto social, econômico, político, cultural e ambiental em que vive. Trata-se de um problema que transcende a esfera individual, sendo resultado de fatores complexos que afetam a coletividade [...] é fundamental a implementação de políticas públicas eficazes, a criação de redes de proteção social robustas, a garantia de melhores condições de vida, a segurança alimentar e o fortalecimento do suporte comunitário", Elisa Muller, co-fundadora da associação Minha Campinas. Nesta reportagem o g1 detalha: quais são os territórios e que ações desenvolvem quais as atividades que mais impactam na saúde mental como a pesquisa espera contribuir para a tomada de decisões do poder público Territórios periféricos e suas ações Para a pesquisa, o Departamento de Demografia elaborou um formulário que foi respondido voluntariamente pelas 33 instituições nos seguintes territórios: Campo Grande Campo Belo Centro São Marcos Ouro Verde Oziel Elas realizam iniciativas que incluem: atividades esportivas; oficinas culturais e projetos artísticos; formações em direitos; cursos profissionalizantes; rodas de conversa; atendimento psicossocial; apoio à saúde mental. Com as informações de cada uma, os pesquisadores desenvolveram um mapa, que pode ser consultado pela internet, que mostra onde estão e que atividades realizam. Quais atividades mais impactam positivamente na saúde mental Por meio das respostas, recebidas entre outubro e novembro de 2024, a iniciativa analisou a relação entre as atividades realizadas pelas organizações e os impactos que elas provocaram nos atendidos (veja a tabela abaixo). 📝 Os 33 respondentes precisaram indicar no formulário quais os resultados obtidos com cada tipo de trabalho, podendo escolher uma ou mais opções. Entre as descobertas estão: Três categorias de atividades se destacaram por consistentemente associadas aos maiores números em praticamente todos os impactos positivos. São elas: atividades em grupo (32 iniciativas), direitos e prevenção (31 iniciativas), atividades lúdicas e culturais (30). Os principais impactos provocados por esse tripé são, segundo o levantamento, estão ligados à: melhora do bem-estar emocional, maior senso de pertencimento e comunidade, e criação de espaços seguros e acolhedores. Bem-estar emocional, senso de pertencimento, comunicação familiar e criação de espaços seguros são impactos diretamente proporcionados pelo ambiente acolhedor das atividades. A partir desses achados, o estudo recomenda, principalmente: Priorizar a destinar recursos para projetos que combinam atividades em grupo, culturais/lúdicas e de direitos/prevenção, considerando que os editais devem incentivar essa abordagem de forma integrada, não atividades isoladas. Incentivar a "Educação em Saúde Mental" como um componente integrado a outras, por exemplo, uma oficina artística que discuta a ansiedade ou uma roda de conversa após um jogo de futebol. Para olhar além do atendimento clínico O mapeamento pontua que apenas 15,2% das organizações oferecem atendimento clínico especializado como forma de cuidado com a saúde mental. Embora avalie a atenção em psicoterapia como indispensável, Viviane Junta, que faz parte da Minha Campinas e integra o Conselho Municipal da Juventude, ressalta que esse trabalho deve ser multidisciplinar, especialmente na periferia. Oferecer renda, segurança, senso de comunidade e acesso à cultura também são políticas que favorecem o bem-estar. "Não adianta investir apenas em CAPS [Centros de Atenção Psicossocial] e não pensar no todo, na geração de emprego, no lazer. É preciso cuidar antes, evitar a medicalização, cuidar da cidadania". "Quando a gente fala de investimento social, quando a gente fala de política pública, a gente também fala de olhar para esses dados, para essas informações e tomar decisões estratégicas a respeito disso. Quando a gente fala da saúde mental, a gente entende que é uma temática que ela perpassa por várias questões, culturais, políticas, sociais, e o quanto as ações integradas elas são necessárias para atuar frente a essas demandas", comenta Joyce Setubal, coordenadora de projetos da Feac. "Esses dados vão dar luz e entender e nos dar subsídios para tomar essas decisões estratégicas, até pensando no nosso papel enquanto sociedade, de cobrar essas políticas públicas mais efetivas para essas populações de vulnerabilidade. A gente tem discutido aqui muito nesse momento, a necessidade de políticas públicas integradas, não apenas para saúde mental, mas o quanto a gente precisa ainda melhorar e avançar em políticas de educação, políticas de habitação, de emprego, de saúde, e aí esse trabalho integrado é ser possível melhorar as questões de saúde mental", completa. Entenda a diferença entre racismo e injúria racial VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/09/26/saude-mental-na-periferia-estudo-inedito-mapeia-entidades-acoes-e-impactos-em-jovens-de-campinas.ghtml


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